sábado, 7 de abril de 2018

CINZAS


As cinzas que jogaste minha vida,
Nas traças quando vejo o que pudera,
O mundo se desenha nova fera,
Abrange o quanto; queira a dura lida.

A sombra dos meus olhos, é querida,
O todo se transforma e nunca gera,
Rastreio cada passo uma quimera,
Marcada a todo engano, e me lapida.

As ânsias e os defeitos, todos são,
O tempo se perdendo sempre em vão.
O verso sem sentido, nada quis.

Tentando cada vez o quanto dome.
E assim no meu delírio, tudo some,
E embora na verdade já fui feliz?

MARCOS LOURES

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