quinta-feira, 5 de abril de 2018

INJÚRIA

Eu já nem sei se posso ter sonhar,
Mergulho sem ter mares, meu deserto,
O todo se pudera ser incerto,
Queria noutro encanto, e me negar.

O peso se destroça o quanto amar,
Vivendo na certeza, nunca perto,
E sigo meus temores, desperto,
Sangrando sem poder, nem caminhar.

Várias fases, disto percebendo,
Não posso conceber nem dividendo,
Acendo a chama feita em tola espúria,

Destroças e destraças, sigo ao largo,
A voz; já não podendo, e assim, me embargo,
Ouvindo em tal tolice, resta injúria...

MARCOS LOURES

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