sexta-feira, 6 de abril de 2018

SEM PARAGEM

No dia em que talvez não possa amar
Deixando meu caminho sem paragem,
Vagando noutro instante, noutra aragem,
Seguisse meu caminho, sem luar,

Sem tramas, sem desejos, sem amar,
E a vida se fazendo uma bagagem
Levando meu vazio, sem viagem
Tentando ter ao menos procurar.

Às vezes não consigo outra vertente,
E quando desenhasse o que pressente
A luz sem mais porquês quisera o nada.

Destroça em tempestades, as vazias,
Palavras de quem tanto desejada,
As horas transtornando, ora vadias...

MARCOS LOURES

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