1
Afirmas e prossegues contra os ermos
De um tempo sem sentir qualquer temor,
E quanto mais disperso o mundo for,
Decerto noutro instante os mesmos termos,
E quando prenuncias o “não termos”
O corte na raiz, a imensa dor,
Os erros do que fora um refletor
Impede no futuro o bem de sermos.
Cadenciando a vida de tal forma
Que tanto quanto possa nos informa
A senda mais audaz ou menos rude.
E resolutamente sigo em frente,
Sem nada que decerto se apresente
Vivendo muito mais do que já pude.
2
Agora que esta vida se perdesse
Do tanto quanto quis e não viera,
Marcando com terror esta insincera
Verdade quando o mundo em dor tecesse,
Sem nada que pudesse e amortecesse
A queda se prepara e desespera
Quem vive com angústia cada espera
E mesmo outro momento merecesse.
Jamais pudesse crer no que não trazes
E sei das minhas lutas tão tenazes
Vencidas, derrotadas; tanto faz.
O prazo determina o fim do jogo
E quanto mais encontro em fúria e fogo
O mundo se anuncia mais audaz.
3
Agilizas teu passo contra a fúria
E saibas do que pude ou mais tentara
Vestindo a sorte atroz audaz e rara,
Ainda se anuncia em tal penúria,
A vida noutro passo traz a incúria
E o medo desenhando em tal seara
A sorte que deveras se escancara
Vencendo o quanto houvera numa injúria.
Restando este momento em dor e tédio,
A lenta decisão já sem remédio,
Remendos de outros erros; sigo em frente,
E tanto quanto pude desenhar
Tentando pelo menos um lugar
Aonde o meu caminho se apresente.
4
Agrados entre medos e tempestas
As ondas destes mares mais audazes
E quanto desta sorte satisfazes
Nos dias mais doridos, quando empestas
Palavras entre quedas são infestas
E os mesmos delirares que inda trazes
Vagando sem saber dos mais vorazes
Anseios penetrando em rudes frestas.
Acordo e não consigo mais um tempo
Vencido pelo engano em contratempo,
Avisto o que pudesse em terra firme,
Mas quando a solidão molda o caminho,
Aonde se pensara e não me aninho
Sequer o sentimento em paz confirme.
5
Agradecendo enquanto
A vida se fez boa,
A sorte inda ressoa
E traz um doce canto,
Vagando em teu encanto
O mar, nossa canoa.
O pensamento voa
E nele me agiganto.
Pedindo novamente
O quanto já se tente
Atento coração,
Aprendo a cada dia
Ousar no que queria
Vivendo esta emoção.
6
Agilidade traz
O tempo mais exato
E quanto assim constato
A vida busca a paz
E sendo até capaz
De ter neste regato
O mundo que retrato
Imensa sorte audaz,
Navego sem temer
O quanto hei de viver
Em dor ou mesmo tédio,
E tendo esta certeza
Da vida sobre a mesa,
Amor vira remédio.
7
Agouros ditam regras
E sei do quanto é rude
O mundo que me ilude
E nele desintegras,
As sortes quando entregas
Os passos onde pude
Viver em atitude
Somente tais refregas.
Capacitando o sonho
Aonde o que proponho
Exponho e quero além,
Meu mundo se anuncia
Em tanta fantasia
E nisto o que já vem...
8
Agraciando o canto
Envolto em tom suave
Aonde o que se trave
Presume novo encanto
Resumos deste tanto
Enquanto sei da chave
Que busque sem entrave
O mundo sem quebranto,
E bebo desta luz
Que enquanto me conduz
Traduz a liberdade,
Vestígios de um tormento,
Deveras não mais tento
Nem quando a dor me invade.
9
Agarro qualquer chance
E vejo o que restasse
Da vida em rude face
Aonde sempre avance
Marcando o quanto alcance
Do prazo em desenlace,
Depois do mesmo impasse
Apenas um nuance,
Respiro a mansidão
De quem se fez então
Diversa em fantasia
Sutil felicidade
É tudo quanto invade
E tanto se queria.
10
Agraciando o sonho
Com toda esta certeza
E pondo sobre a mesa
O amor que te proponho,
Vagando sem medonho
Cenário onde a vileza
Pudesse sem nobreza
Trazer um ar tristonho,
Coleto do meu mundo
O tempo onde aprofundo
O rumo sem litígios
E tanto quanto quero
Viver o mais sincero
Sem medo e nem vestígios.
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