sábado, 26 de março de 2011

Jamais eu pensaria
No tempo sem caminho
E quando ali me aninho
Intensa fantasia
Vibrando em sintonia
Enquanto tento o ninho
O prazo tão mesquinho
De nada valeria.
Ousar e ter nos olhos
Além dos vis abrolhos
A flor que tanto espera
Uma alma mais suave
Vagando feito uma ave
Viceja em primavera.

2

Não tento outra versão
Tampouco sei do fato
E quando o que constato
Transforma a dimensão
Dos dias que virão
E neles velho trato
Presume e enfim retrato
Em nós esta amplidão,
Saber a cada passo
O quanto quero e traço
Ousando na esperança
Marcando com ternura
A sorte que perdura
No sonho onde se lança.

3

Apresentar após
A queda um lenitivo,
E mesmo quando crivo
Meu sonho em luta algoz,
Estendo em novos nós
E sei que sobrevivo,
Jamais serei cativo,
Elevo em paz a voz.
Não quero, com certeza
A sorte em tal rudeza
Marcando em medo e tédio,
Apenas mansa brisa
Que tanto suaviza
E traz em si remédio.

4

No amor que nos permita
Além da luz intensa
O quanto me convença
Em tarde mais bonita,
A sorte necessita
Bem mais que recompensa
E nisso nada vença
Quem quer e se acredita.
O passo sem temores
Por onde quer e fores
As flores nesta senda,
O prado em claros tons,
Os dias serão bons
E amor assim se estenda.

5


Apresentando o sonho
Invés deste tormento,
O mundo enquanto tento
Vencer o caos bisonho,
E sei do que proponho
E nisto me alimento
Do sonho em elemento
Audaz onde o componho.
Não quero a carpideira,
Apenas a roseira
E aromas tão sutis,
Fazendo o quanto quis
A sorte já se inteira
E trama o ser feliz.

6

Não siga sem pensar
Os rumos mais ardentes,
Por vezes o que sentes
Impede o caminhar,
O sol ao se mostrar
Em fúrias evidentes
Também imprevidentes
Cenários têm lugar.
Assisto ao quanto possa
E sei da sorte nossa
E mesmo assim não temo,
O marco em discordância
A vida em discrepância
Tramando um bem supremo.

7

Apresentar escusas
E ser bem mais sensível
O mundo mais incrível
Surgisse após confusas
Verdades onde abusas
Do tempo imperecível
Ou mesmo do invisível
Cenário onde entrecruzas.
As sortes mais diversas
E nelas o que versas
Expressa a claridade
Futuro se desenha
Aonde o que contenha
Permite a liberdade.

8

Não queira ser além
Do quanto cabe em ti,
O manto que puí
O verso nada tem,
Somente deste alguém
Aonde renasci
Permito e concebi
O que deveras vem,
Não venço eternamente,
A queda se apresente
E traz nova lição.
A crise nos transforma
A vida tem por norma
As tramas da emoção.


9

Marcantes dias; trazes,
E sei do quanto pude
Tentar a magnitude
Em atos mais audazes,
Mas quantas ledas fases
Persistem na atitude
Da dura juventude
Escrita em tons fugazes.
Rescendendo ao que veio
Meu mundo em devaneio
Presume a dimensão
Do tempo após o tempo
Vencendo o contratempo
Em tal sofreguidão.

10


Meu verso busca apenas
As horas onde trago
O mundo em tom de afago
E nele me serenas,
E sei que não são plenas
As sortes e divago
Pousando em manso lago
Em noites mais amenas.
Restaurando o futuro
Enquanto configuro
Meu canto em tenra luz,
Após qualquer entalhe
A vida não retalhe
E nem me trague a cruz.

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