quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PARADOXO

A podridão do corpo começara,
Sentira o gosto azedo, fecalóide,
As mãos se decompunham, já notara.
Do cérebro porções dum alcalóide

Esparramavam pelo chão... U’a vara,
Logo atravessaria seu mastóide,
Deixando à mostra tudo que almoçara.
Sentia-se zumbi, talvez andróide.

Mas nada de chegar a morte santa,
Redentora de tanto sofrimento.
A cabeça rodando, se levanta;

Cai em seguida. Pútrido, seu mento
Abrira tantas fendas... Ele canta
Incrivelmente, goza co’o tormento!

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