PÁ
DE CAL
Viver
sem mais sentir o quanto pude
Acreditar
embora se abortasse,
Toando
envolto em trevas, mesmo impasse
De
um templo amortalhado, sujo e rude,
O
todo se negando em atitude
A
fonte que de fato amortalhasse
Enquanto
o pesadelo se moldasse
Sangrando
e dominando a juventude,
A
voz onde se expressa o mesmo engodo,
Levando
o novo gado ao velho lodo,
Gerando
e alimentando o lamaçal,
Aonde
houvesse ao fim algum vergel,
O
barco se mostrara de papel
Nas
mãos do que mal nasce, a pá de cal...
MARCOS
LOURES
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