segunda-feira, 8 de julho de 2013

RECORDAR É VIVER - NOS TEMPOS DEL REY

RECORDAR É VIVER - NOS TEMPOS DEL REY

Sobre como se reforma e se vende uma prestadora de serviços, à moda Tucana

Foi um verdadeiro ato de genialidade e de bom uso do dinheiro público a privatização do sistema de telecomunicações em Tucanolândia. Uma verdadeira sucessão de denúncias e escândalos. Foi uma negociata num jogo de cartas marcadas, inclusive com o nome de FHC citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários "grampos" a que a imprensa teve acesso comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades do governo tucano. As fitas mostravam que informações privilegiadas eram repassadas aos "queridinhos" de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas estrangeiras e nacionais pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à "venda", o governo tinha investido na infra-estrutura do setor de telecomunicações mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES, nas mãos do tucanato, ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio, em detrimento dos interesses do povo brasileiro. Uma verdadeira rapinagem cometida contra o Brasil e que o governo tucano impediu que fosse investigada. A privatização do sistema Telebrás - assim como da Vale do Rio Doce - foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco de Tucanolândia, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende.Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco de Tucanolândia. Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle de estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social de Tucanolândia foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

Se observarmos, as empresas ligadas à telefonia são as campeãs em reclamações, demonstrando que valeu muito esse investimento altamente coerente e insuspeito.
Quanto aos amiguinhos de Don Fernando Caudaloso, como todos os outros, saíram impunes.
É claro que tivemos outros probleminhas envolvendo a telefonia na Tucanolândia, inclusive o investimento de cinco milhões de reais em uma empresa, por acaso líder no mercado, com participação acionária nesta. Observa-se que esta mantém um programa de televisão, também líder de audiência no setor.
O que, convenhamos é muito mais escandaloso e com perdas muito mais significativas que o ocorrido no tempo de Fernando Henrique Caudaloso, vulgo FHC, primeiro.

MARCOS LOURES

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