A ANTIGA NEGAÇÃO
A antiga negação voltando à tona,
Ourives deste esterco que me deste,
A face mais sutil, veneno e peste,
Nem mesmo a solidão atroz abona,
Enquanto uma alegria me abandona
O crápula venal, meu peito veste,
E quando ao infinito o sonho investe,
Apenas o vazio inda ressona.
Rasgando o quanto fora e nunca houvera
Satânica figura beija a fera
E a farsa se desnuda em nova face.
Presumo o que se fez outrora cínico
E com olhar sutil, por vezes clínico,
Bêbado do nada, sou impasse...
MARCOS LOURES
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