quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A FARPA QUE DEIXASTE


A FARPA QUE DEIXASTE



A farpa que entre escarpas tu deixaste
E assim me consumiste sem perdão,
Moldando a nova queda; onde estão
Fadados os meus dias, vão desgaste,

E quando se rompendo qualquer haste
O peso transformando a direção
Morrendo sem saber da redenção
Na qual e pela qual tu sonegaste,

Apenas caminhando e nada mais,
Alçando meus diversos funerais
Renasço a cada instante noutra face,

Porquanto a poesia me alimenta,
E nela se percebe esta tormenta
Aonde o meu vazio já se trace...

MARCOS LOURES

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