REFLUXO
Pudesse acreditar num novo dia,
Embora a solidão rude prossiga,
A morte, companheira, velha amiga,
Prepara uma armadilha, em ironia.
O quase que deveras poderia
Traçar um rumo mágico me diga
Da velha sensação que não consiga
Tramar outra versão desta utopia.
Bebendo cada cálice, me calo,
E vejo o amanhecer como de estalo
Arranco os olhos e posso ver enfim,
A fera que se acoita no espinheiro
Mergulho no final desfiladeiro
E volto sem sentir, para onde vim...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário