quarta-feira, 4 de abril de 2018

VIESTE

Vieste percebendo a cada dia
O verso sem sentido, ou mesmo a senda
E o tempo na verdade tal contenda
Pudesse traduzir o quanto havia

Meu mundo noutro instante não teria,
Jamais se percebesse o todo e entenda
Bebendo deste sangue, o que me estenda,
A farpa penetrando, me traria...

A força dominando o frágil, dita.
Trazendo em minhas mãos, pepita
Gerada pela sorte de quem mata.

Assim se faz deveras, deuses vêm,
E o tempo que pudera se arremata,
A cena que se acena, volta aquém...

MARCOS LOURES

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