segunda-feira, 3 de outubro de 2011

03/10/11

Não deve ser somente de tal forma
O verso que tentara imaginar
Diverso do que possa em tal lugar
Gerar a poesia que transforma,

A vida no caminho se deforma
E deixa o sortilégio emoldurar
A farsa que cansei de vislumbrar
Qual fosse um arremedo em rude norma.

Apresentando o caos que não procuro
O sonho pelo qual fosse seguro
Um porto muito além do que trouxeste.

A vaga sensação que nos transporta
Deixando a solidão atrás da porta
Sonhando no vazio, um tom celeste.

2


Tampouco nosso amor não tem limite
E nesta vã loucura me vestisse
Ainda quando sinto ser tolice
O todo que deveras necessite,

A rústica expressão não me permite
Viver o quanto resta e se predisse
Vagando em tempestades, não cobice
O marco que no fim jamais imite.

Restauro dos meus dias o que outrora
Tramando cada sonho aonde ancora
Versão que poderia me acalmar,

Apenas resoluta sorte eu vejo
E sei do quanto possa em benfazejo
Cenário noutro tanto decorar.


03

Nem mesmo se permite grade, algema
Ou mesmo o quanto visse em tais galés
A sorte se transforma e de viés
Apenas renovasse tal problema,

A luta não desiste e sempre tema
O foco sem noção e sei quem és
O manto se desnuda e no convés
Dos sonhos solidão em rude enema.

Apresentando ao fato a mais diversa
Palavra que pudesse e desconversa
Regendo cada engano ou produzindo

O quanto desdenhara sendo infindo
O preço a se pagar traduz o juro
E nada do que tenha inda perduro.

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