terça-feira, 4 de outubro de 2011

04/10/2011



No quanto neste sonho se vestira
Além da corriqueira e vaga sorte
A luta na verdade não conforte
E nisto não acerto nem a mira,

O verso no caminho não confira
O tanto que pudesse em tal suporte
A vida saciando a deusa morte,
Apaga num instante a rude pira.

Marcantes ilusões e nada mais
Os dias sendo rudes e banais
A sorte não promete além e queira

Vencer a tempestade com a farsa
E nisto a vida inteira já se esparsa
Trazendo a mesma angústia costumeira.

2

Encontro a jóia rara em rica senda
Tentando adivinhar o que viria
Regendo com ternura a fantasia
Que ao fim já com certeza eu não entenda,

Eu sinto do passado esta contenda
Marcando com terror esta agonia
E nisto se desdenha o dia a dia
Fazendo deste amor apenas lenda.

Não vejo e não pudera ser diverso
O mundo tantas vezes controverso
Presume cada queda e nada vem,

Olhando para trás nada comporta
A vida se anuncia atrás da porta
Gerando tão somente este desdém.

3

Nefasta imagem trama o meu olhar
E nada do que pude noutro enredo
Traduz o quanto vejo sempre ledo
O rumo num errático sonhar.

Jamais apresentando algum lugar
Aonde com certeza ora concedo
Trazendo cada farsa e não procedo
Restando quanto pude a desejar.

Não possa acreditar no que refaz
A luta sem saber o quanto audaz
O mundo sem sentido e sem proveito,

Reparo com meus versos o vazio
E neste caminhar eu desvario
E sei que no final; a queda, aceito.

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