quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CANSADO VIAJANTE

Quando tu vens, cansado viajante,
Dessas tuas longínquas caminhadas,
Atravessando rota fatigante,
Sob o sol escaldante nas estradas...

Muitas vezes, sedento e radiante,
As notícias virão emocionadas,
Ou mesmo em tais momentos, inconstante,
Nos rapa-pés das gentes educadas...

Num primeiro momento sou lembrada,
Pouco tempo depois, virei poeira,
Depois ninguém mais pensa, não sou nada...

Desprezada num canto, a companheira,
Que tanto te servira mas, quebrada,
Ó vingança cruel dessa cadeira!

Te levo ao chão, de primeira,
Tua nobreza s’afunda,
Quando cais de mim, cadeira,
De novo rachas, a bunda...

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