Quando chegas na casa abandonada,
Sem ter ninguém, por muito tempo, triste.
Percebes ao chegar, logo n’entrada,
Que nada mais cruel no mundo existe...
Da porta vês a sala empoeirada,
Nos quartos; só sujeira é que resiste.
Sozinha; neste canto, desprezada,
Sou lembrada enfim, cedo tu me viste...
Então, começarás limpar sujeira,
Esfregas, sem ter pena, todo o chão,
Empapuças-me, toda na poeira...
Depois, serei jogada num galpão,
Triste sina essa minha, a vida inteira,
Sou fiel companheira, mas em vão...
Vou deitar-me na despensa,
A minha sina é tão torta,
Se a visita não compensa,
Aí vou pra trás da porta...
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