quarta-feira, 5 de outubro de 2011

OS SENTIDOS

Vencendo tantos medos chego a ti,
Para dizer do quanto que procuro,
Na vida ser feliz. Do que senti
Tão logo vi teus olhos sobre o muro.
Nesse momento mágico vivi,
A claridade vívida n’escuro.
Sentidos fervilhando sem cansaço,
Meus braços mendigando teu abraço...

És maciez sonora , belo canto,
Embora nos acordes dissonantes,
Traduzem meus ouvidos, teu encanto,
Quisera concederes, cedo e antes,
Cristalina pureza, me agiganto
Quando mostras; canora voz, sublime...
Tua bela voz, lúdica, suprime...

Emanas um perfume delicado,
Qual rosas, num jardim celestial,
Bem quisera viver deliciado,
Minha dama da noite, vendaval
Fustigando a janela, vou; ceifado
De malícias, verter em bem, o mal.
Somente do suave olor que emanas,
Nos céus, vou construir nossas cabanas...

Tens o sabor dos lábios divinais,
Humana criatura não conhece,
Sentindo o paladar dos imortais,
Em ti, qual fosses deusa, numa prece,
Persigo tua boca, quero mais.
Devora-me e decifro, magistrais
Enigmas; soberana fantasia,
Poder sentir teu beijo, uma ambrosia...

Na pele delicada que te veste,
Sentindo a maciez dos teus cabelos,
Apalpo tantos rumos, leste e oeste,
Na maciez da cútis, são novelos
Feitos da pura seda, que reveste
Entre tantas, sublime em envolvê-los,
Teus seios recobertos de camurça,
Ao senti-los, meu tato tanto aguça...

Meus olhos, quando vejo tal beleza,
Insanos não conseguem enxergar,
Mais nada do que tenha a natureza,
Nem céu, nem as estrelas, nem o mar.
Escravos; são servis a ti, princesa,
Consegues a beleza embelezar.
Te vejo como náufrago sedento,
Sereia, tanto canto exposto ao vento...

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