NO PEITO SOLITÁRIO
Qual fosse uma esperança que adormece
No peito solitário de quem ama.
A vida se irrompendo em uma prece
Calando o que restara desta chama.
Um coração vadio que obedece
À voz que não percebe, mas reclama.
Futuro desdenhoso que se tece
Nas hostes de quem sabe a mesma trama.
Tudo o que mais quiseres eu faria
Em veras fantasias mais profanas.
Sangrando sem desculpas cada dia,
Morando nos teus olhos, velha chaga.
Se amares for demais, tanto me enganas,
Sorriso que me mordes, logo afaga...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário