OLHOS ESTRANHOS
Olhos estranhos, sôfregos, abertos
Ocupam neste quarto, seus espaços,
No gelo que transmitem; frios aços,
Indefinidas formas de desertos.
Quais fossem, distraídos, descobertos,
Arranham na parede sombras, traços,
Perfilam negritudes, ocos, baços,
Vigiam cada sonho, estão despertos.
Maculam minha noite solitária,
Acendem as tristezas, meus delírios,
Apenas os amores, quais colírios
Transformam esta forma temerária.
Mas sinto que persisto ledo, pária
Restando ao meu cadáver, cravos, lírios...
MARCOS LOURES
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