PELAS RUAS
Preciso que me entornes pás de cal,
Jogando meu cadáver pelas ruas,
Sugando cada vez mais, afinal
As horas que passamos foram tuas.
Um verme tão arcaico e ancestral
Não pode perceber, estrelas, luas...
E prestes a morrer, fétido, espúrio,
Se adorna em versos loucos e bizarros.
De lírios e de cravos, sem antúrio
Coberto pelas lamas, pelos barros.
Quem fora procurar por um augúrio
Encontra em boca aberta, só catarros.
Dissolvo-me em pedaços, a feder
Apenas só me resta, então, viver...
MARCOS LOURES
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