O RESTO PODRE DA MAÇÃ
Eu sou o resto podre da maçã
Que foi abandonado em praça pública.
Um quase sem ter nexos, amanhã
Jogado nem sou bola nem sou búlica.
Apenas vago o mundo, vida cã,
Nesta quaresma a esmo, perco a túnica
Despido do que fosse uma manhã
Nos trâmites, trambiques da república.
Sedado se fui dado ou se fugido
Não vivo mais em buscas estrambóticas.
Exóticas verdades tenho tido,
Há sido o que bem ácido, contei.
As ilusões que tenho são as de óticas.
Perdido no que fui nem quem sou sei...
MARCOS LOURES
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