sexta-feira, 6 de julho de 2012

RUDIMENTAR VERME

RUDIMENTAR VERME

Um rudimentar verme, apodrecida
Carne em putrefação, sem esperança,
Tomando o que restou de simples vida,
Comendo sem limites, à fartança,
Esgueira as ironias, ressentida,
Em gula, violenta, intemperança

Num banquete inconteste, loucos risos.
Orgásticos delírios, sem ter nexo.
Teus dentes pontiagudos e concisos
Penetram no meu cerne, amor e sexo.
Vagando labirintos imprecisos,
Num passo temeroso e mais complexo

Daquilo que sonhei e se perdeu,
No amor que tanto sei, nunca foi meu...

MARCOS LOURES

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