VELÓRIOS E VARIZES
Em minha alma, velórios e varizes
Recebe tantas gotas de veneno.
Teus lábios; dois sedentos infelizes
Bebendo todo o sangue num aceno.
Mas peço, se vieres logo avises
Num tiro ou explosão, ou algo ameno.
Carinhos penetrantes, lutas, crises,
Em todos, estou certo, eu me enveneno.
Coberto por mentiras, t’as mantilhas,
Não restam deste amor sequer mobílias.
Apenas tanta dor em procissão.
Remendos não resolvem o fiasco,
Tu sabes, não preciso de sermão.
Se a boca que me beija é meu carrasco...
MARCOS LOURES
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