POENTE
Reflexos de outros erros do passado,
Cevamos os abrolhos do futuro.
Do fim há tanto tempo anunciado,
Cravamos más sementes, solo duro.
Pisando no fantasma injustiçado,
Aumento pouco a pouco o enorme muro,
Gigante e intransponível alambrado,
Saída, na verdade não procuro.
E interno o coração neste gradil,
Que embora saiba ser imenso e vil,
No fundo me protege e me cerceia.
Matando o que podia ser o sonho,
Cenário desolado que componho,
Apodrecendo o sangue em cada veia...
MARCOS LOURES
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