PROTEÇÃO
Dos anjos, proteção é o que desejo,
O passo vacilante diz tropeço,
Se tanto quanto amor eu não mereço
Ao menos de um carinho algum lampejo.
O nada no futuro enfim prevejo,
Não tendo mais paragem e endereço,
O todo de minha alma eu te ofereço,
E a paz tão cristalina, até almejo;
Mas sei quanto é difícil abrir a porta,
Se a minha sina cada vez mais torta
Apertando o meu cinto, a queda é certa.
No arcaico quadradismo de um soneto,
Um novo amanhecer busco e prometo,
Mantendo esta janela sempre aberta...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário