Sonhei contigo; velha chaga amiga...
Buscava, em vão, a paz que nunca tive;
Por lares, bares, onde sempre estive.
Na excelsa febre, vida inda periga...
Teus látegos cortando sem fadiga;
Expondo a carne, rasgos, inclusive.
Faziam de meus olhos, um aclive,
Por onde devoravam cada espiga,
Gotejando sanguíneas demências...
Pedia a esmo aos deuses, por clemências,
Restavam-me somente, meus medos...
A velha chaga ria-se de tudo.
Antítese, deixava qual veludo,
Intactos, todos meus grandes segredos...
MARCOS LOURES
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