quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

POR TANTO QUE TE AMEI

POR TANTO QUE AMEI

Rastejo entre as sarjetas, ledo verme,
Acasalando sonhos e mentiras,
O corpo se esgueirando quase inerme,
Minha alma derrotada, expondo as tiras,

Carcaça do que fora quase humano,
Avanço pelo esgoto, chego ao nada,
Apodrecida sorte, desengano,
A farsa finalmente desvendada,

Imagem degradada que, funesta,
Apavorante expõe velhas feridas,
Quem fora no passado simples festa
Esconde-se em vielas, vãs ermidas,

E amou, durante tempos, foi feliz,
Funérea realidade contradiz...

MARCOS LOURES

Nenhum comentário: