sábado, 2 de março de 2013

EXPOSTO



EXPOSTO.


O corpo esfacelado diz do quanto
Pudesse ser apenas mera farsa,
A luta se desenha e não disfarça,
Apenas o vazio ora adianto,

E quando sem pudor algum me espanto,
A morte sendo enfim fiel comparsa,
Envolta em toda fúria que me esgarça
Beijando a podridão do desencanto,

Os pés já tão cansados, vão inermes,
Tocando minha pele, doces vermes,
A fétida expressão fere quem passa,

E segue em louca busca pela paz,
E o féretro ora exposto satisfaz
A quem se fez em vida, uma carcaça...

MARCOS LOURES

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