Angústia dominando a minha noite!
O medo de perder-te me devora,
O tempo não se passa, a vida chora,
E queima em minhas costas como açoite!
Meu pensamento voa e me tortura
Se deita em minha cama, triste fera,
Em dor, toda a minha alma se tempera,
Deixando um certo gosto de amargura.
Quem sabe não terei o meu descanso?
O vento me responde um não feroz,
Em lanhos, minhas costas, dor atroz,
E em meio a tantas pedras, noite avanço.
Saudades são mortalhas que carrego,
No peso desta vida, vão granito,
Um grito, meu lamento, no infinito,
Os mares da tormenta eu já navego...
Escute, minha amada, sou um rio
Que em margens desmatadas, assoreio.
O sangue se espalhando por meu veio,
E embalde tanta dor, inda sorrio...
marcos loures
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