sábado, 12 de dezembro de 2015

No Silêncio das sombras
O silêncio sombreado nas folhagens,
Oculto um sorriso tímido, infantil.
Rasteiro como as folhas caídas
Sentimentos, Encontros... Despedidas
A busca da paz ressoa nas ramagens.
O sossego do conforto que partiu
Entre luzes e cores, a mensagem dizia...
Infinita e atenta ao farejar deslizes
Olhos rastreiam a intimidade, fugidia...
Encontrar medos e dores, noturno mar,
Estagnação confortável em vícios e matizes,
Mentiras, desculpas, verborragia... O burlar
Contraluz, penumbra, caos luminar...
Flutuações e subdivisões em devaneios...
Lucidez, loucura de questões à luz solar...
Miríade humana, estações e torneios,
Tempo passado, momento perdido...
O todo subdividido, segmentado, refletido.
O silêncio das sombras à luz de toda dúvida,
As certezas, no tempo, adquiridas e substituídas...
A ignorância acumulada, em indolências, mantida;
Toda falta de estrutura, verborragia... Vidas.
O silêncio é cruel quando sobrevém a fadiga.
Revela o martelar tirânico na artéria rompida.
Em meio ao jardim de verdades, amenidades...
As ramagens em fractais de folhas, sombreada;
A consciência milenar depara-se com nulidades
Com todas as perdas, no nada contabilizada,
Germinadas na indolência, durante eternidades...
O cansaço, o esgotamento completo em si mesmo.
O silêncio da sombra sou eu e o reflexo
Do caos sonoro em que fui ainda sendo
É o fractal emocional ainda sem nexo
A página do livro já tão amarelecido
O silêncio da sombra sou eu dividido
Entre sentir e o viver, o que já foi vivido.

Augustus César Silva 12/12/2014 & 12/12/2015.


Envolto pelas páginas carcomidas
dos velhos e diversos alfarrábios,
os olhos procurando em astrolábios
depois de tempestades, as saídas;

percorro as multidões e as toscas vidas
repetem os delírios ditos "sábios"
e vejo refletir nos murchos lábios
incongruentes ruas e avenidas.

abortos de outros sonhos, mocidade,
e agora conceber o sol, quem há de?
se as nuvens tomam todos os cenários.

restando aos loucos velhos sonhadores
a inútil primavera em mortas flores
e os rios poluindo os estuários

marcos loures

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