terça-feira, 8 de dezembro de 2015

na etérea fantasia que permita
luares e sertões, o podre cerne
do tanto que em verões ainda inverne
e torna sem valor qualquer pepita.

o cético poeta se limita
e mesmo quando o verso em vão hiberne
perfuma em sortilégios o que externe
uma alma onde o jamais teime e reflita.

medonhos e asquerosos olhos mortos,
buscando em meus naufrágios novos portos,
em tortos descaminhos que propago,

a farta comilança dos saprófitas
e a maravilha tosca das neófitas
bactérias vão brindando em farto trago...

Marcos Loures

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