Espinhos que coroam nosso canto
Em formas eriçadas tão agudas,
Vermelhos os desejos, verso e pranto,
Não queimam nem precisam mais ajudas...
São formas dolorosas deste fogo
Que espalhas pelos campos destas flores...
Amada não se pode crer no jogo
Que arriscam, mais ariscos, os amores...
O certo é que tremulo sem sentir
As pernas temerosas laceradas,
O canto nos espinhos do porvir
Afoga minhas dores des’peradas...
Enquanto tanto amor manso e cruel
Nos leva loucamente para o céu...
MARCOS LOURES
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