Se a túnica rasgada expõe nudez
Não peco por saber que nada vale,
Bem antes que a palavra em vão se cale
O quanto foi bem feito se desfez.
Vou vendendo de acordo com freguês,
Mesmo que uma mentira sempre embale,
Não quero uma verdade que inda empale
Prefiro, por preguiça, a placidez.
Agricultor teimoso, perco os grãos
E sei que os versos foram todos vãos,
Mas quero ver quem sabe, noutro dia,
Ainda resistindo bravamente,
Nascer de cada ser, freqüentemente
O belo e farto sol da poesia...
MARCOS LOURES
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