sexta-feira, 16 de março de 2018

O BARCO SEM DESTINO

Ainda quando a senda se pereça,
Não devo mais seguir sangrando à tona,
O tempo noutro instante me detona,
Fazendo do passado o que mereça.

Mereço presumir o quanto quis,
Prenunciando a senda aonde seja,
E toda a sorte dita o que deseja,
E nisso não seria o que é feliz.

Repare bem e possa transformar,
Negar a vida a quem presume,
Embora a própria sina, se resume,
Dormindo ao léu o quanto delirar,

Mas quero algum descanso e nada mais,
O barco sem destino; nega o cais...

MARCOS LOURES

Nenhum comentário: