Uma dor saborosa me domina
Aos poucos me tomando não me larga.
A dor que docemente me alucina,
Sorrindo quando os olhos meus, embarga...
Dor dolente, cansando dá prazer,
Vasculha meu passado, meu futuro...
Maltrata, ao mesmo tempo, quer saber
Como estou, como vou, ou se me curo...
Mordendo, vem e sopra, caricia...
Recebe, me promete e logo nega.
Sem saber, aos poucos me vicia.
Tanta dor, tanto amor, cedo carrega...
Nessa dor saborosa deste amor,
É chama e se tempera com calor...
MARCOS LOURES
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