quarta-feira, 14 de março de 2018

Orvalho que bebi nesta manhã,

Roubado desta relva tão macia...

Forjado em teu desejo, nosso afã,

Tragando meu prazer, minha sangria...



Nos cálices noturnos, me inebrio,

No vinho tinto, mato minha sede.

Penetro tantas locas, aqueço o frio,

Mergulho de cabeça em tua rede...



Aos poucos despetalo e te desperto,

Desnudo mansamente, cada toque.

Deitando em teu deserto, estou tão perto

Amor te quero inteira, sem estoque...



Depois adormecer, no nosso quarto,

Tão cansado, esgotado, louco e farto...


marcos loures

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