A fúria; dos abutres, querem sangue,
Deixando gota a gota,
A imagem de uma farsa rota
Expressa a pressa e depressa
Tentando disfarçar moldando
O quanto não mais teria outro cenário.
Depois de tanto tempo e há tanto tempo
Sem contratempo exposto o corpo
A tanto apodrecido pela espada,
Agora em fuzis e pistolas
Bebendo com prazer
O medo ainda mostra
Demonstra o cárcere da alma;
O pânico domina quem pudera
Vencer ao passo de uma fera
Noutra era que se espera
E fere novamente. Eternamente.
Meu mundo acabou.
Os sonhos?
Apenas pesadelos,
Novelos entre tantos novelos.
Cordeiros jogados nos altares,
Aos pés dos rochedos,
Os medos vibram entre rastros,
E peço o que despeço em passos
De amores e doridos retratos originais,
Sem mais os olhos cegos.
Marcas e frases, audazes versos,
Dispersos são as últimas gotas
Enquanto algozes, negam vozes.
Atrozes dias que vivemos,
Sempre sem descanso,
A mansidão da morte.
Renascendo?
Marcos Loures
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