Perdendo a cada engano, o quanto quero,
O beijo se entregando sem a luta,
A dama conhecida, a velha puta,
O mundo; bem conheço e sempre é fero;
Quimera na verdade, sei que gero,
E bebo mais um gole de cicuta,
Não quero mais lutar, e nada escuta,
A morte deste povo? Nem espero.
Agora se presume o quanto é farto,
E cada novo dia, aborto o parto,
Da Terra, que me sobra, sob o chão.
Justiça? Quando a vida nada havia,
Refaz a mesma farsa, a cada dia,
O sonho, tanto tempo, mero e vão...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário