A solidão chegando no meu canto
Em prantos e torturas faz seu mote.
Sabendo que o amor precisa encanto
Na cama não há chama que me esgote.
Noturnos os desejos mais sedentos
Se adendos e barganhas eu desfaço,
Disfarço tantos óleos que sei bentos,
Nos dentes que mergulham no teu braço.
Amar demais não custa nem descarto
Embora vá rolando tão sozinho...
Aberto o coração ao novo parto,
Aguardo, calmamente no meu ninho...
Não temo a solidão, é companheira,
Embora eu te prefira a noite inteira...
MARCOS LOURES
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