quarta-feira, 4 de abril de 2018

GRAÇAS A DEUS


Dançando entre delírios segue a rua,
Embora saiba bem que nada mude,
A vida se secando, meu açude,
A luta se desmancha, e morta a lua.

O luto na verdade, continua,
O todo se transforma, e sei que é rude,
E mesmo quando possa se transmude,
A massa sem defesas, já recua.

E as mãos da burguesia ditam farsas.
E tantos os vazio, são comparsas,
Segredos de quem ri, temendo a fome.

E o bêbado nas ruas segue em passo,
Vibrando, com loucura, e segue em traço.
Ao menos noutros restos; vai e come.

MARCOS LOURES

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