Apenas me restasse o quanto vejo
Após cada momento em tal fastio,
O fim em todo instante prenuncio
E a morte se moldando em novo ensejo,
O tanto quanto possa não almejo
E perco a direção em torpe rio
Necessitando sempre um desafio,
O céu jamais seria em azulejo,
Prevejo nova queda e nada além
Da sorte que deveras me convém
Matando os descaminhos num só erro,
O mundo desabando a cada instante
E o fim do meu anseio mal garante
O tempo que perdera em vão desterro.
Marcos Loures
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