Levanto o meu olhar; venezianas
Abertas do meu peito sonhador.
Mortalhas do que fomos, doidivanas,
Acendem meu desejo e no calor
Das noites tão gostosas e sacanas,
Enveredo em teu mar, navegador
Dos sonhos nesta luz cotidiana,
Desfraldo nos meus olhos, puro amor...
Fazendo da paisagem, minha tela
A par do que vivemos, vou em frente.
Estremecendo em gozo já se sente
A nau que enfim partiu, levanta a vela
E vai nesta aquarela desejosa
Colher no teu jardim perfume e rosa..
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