Longa Noite
Na longa noite um vão desfiladeiro
Invade o pensamento e nada resta
Sequer o quanto houvera e, da tempesta,
Soçobro, mas deveras, não me esgueiro,
O mundo se desnuda por inteiro
Arisca sensação que ao fim se presta
Jogando o velho barco, imensa fresta,
Abismo eu vejo em porto derradeiro,
Mascaro doentias emoções
E delas quando; a farsa, agora expõe,
Traduzo o quanto pude e não viera,
De todos os meus erros contumazes
As sendas mais temíveis que me trazes
Eclodem numa angústia tosca e fera.
Marcos Loures
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