NOITES VAPOROSAS
Em vaporosas cenas noite adentro
O medo se estampando em cada rosto,
Enquanto noutro instante decomposto,
O verso sem defesa, eu me concentro,
E quando se imagina em pleno centro
O tempo sem ter tempo sendo exposto,
O verso desenhando o que em desgosto
Aposto enquanto em vão; já não adentro,
Espero o quanto venha e mesmo sei
Da farsa se entranhando em turva grei
Nascendo do vazio que trouxeste,
Rescaldos do que fora solidez
Ao menos no que agora ainda vês
As marcas do que outrora foi celeste.
Marcos Loures
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