segunda-feira, 25 de junho de 2012

SEXTINA 0001 AINDA QUANDO PUDE TER NO OLHAR

SEXTINA 0001 AINDA QUANDO PUDE TER NO OLHAR

Ainda quando pude ter no olhar
Os dias mais felizes ou quem sabe
A sorte noutra face já desabe
Ou mude meu caminho devagar,
Restando dentro em mim o que não cabe
Sequer eu poderia imaginar.

Ainda que quisesse imaginar
Não trago qualquer luz em meu olhar
E sei da solidão e quanto cabe
Do todo sem sentido e não se sabe
O rumo se moldando devagar
No todo quanto possa e ali desabe.

Meu tempo este castelo que desabe
Já não comporta mais o imaginar
Seguindo o meu caminho devagar
Mantendo esta esperança em teu olhar
Tramando o que deveras não se sabe
Trazendo o quanto quer e nunca cabe,

O sonho dentro da alma sempre cabe
E mesmo que esta estrada assim desabe
Resumos do cenário e já se sabe
Ousando num suave imaginar
Somente poderia ao ver e olhar
Singrar este oceano devagar.

O passo mesmo sendo devagar
Traduz o que decerto ainda cabe
Moldando a rara luz em meu olhar
Repare neste encanto que desabe
E busque o que pudesse imaginar
E o tempo noutro encanto nada sabe.

O tanto quanto pude e não mais sabe
Quem luta contra a fúria devagar
Ainda que pudesse imaginar
Ao fim de certo tempo não mais cabe
E o mundo desejado enfim desabe
Negando o que pudesse em cada olhar.

Traçasse a cada olhar o que se sabe
E o todo não desabe, devagar
Amor; somente cabe imaginar.

MARCOS LOURES

Um comentário:

Celia De Nobrega Lamelza disse...

ABSURDO


Que imaginação é essa que tanto atormenta?
Quantos absurdos. Quantos demônios juntos
Persegue-me com olhos de coisa morta
Já decomposta dentro deste vasto campo

Folhas secas já descoloridas
Igual o sangue das virgens violentadas
Aos brados de desespero e as queixas,
Respingando no meio e nas margens do mundo

Quero correr acompanhar o vento
Sair daqui, talvez por um momento
Sou limitada cheia do tormento
Nem ânimo tenho, para acompanhar o espírito.

Este corpo fica à espera do tempo
A natureza vem cobrar ousadia
Mas não mostra o caminho mais prático ou ligeiro
Admite covardia entre monstros da vida torta.

Prostitui-se tão fácil, contenta-se com sobras

Tão cheia de razão ditando regras
Neste mundo louco, apesar de tudo
O respeito pelo ser humano é pouco...

Um Ser às vezes racional. Outra deixo-me levar pelo vento.

Regina cnl.
21:29 25/06/2012