SEXTINA 0001 AINDA QUANDO PUDE TER NO OLHAR
Ainda quando pude ter no olhar
Os dias mais felizes ou quem sabe
A sorte noutra face já desabe
Ou mude meu caminho devagar,
Restando dentro em mim o que não cabe
Sequer eu poderia imaginar.
Ainda que quisesse imaginar
Não trago qualquer luz em meu olhar
E sei da solidão e quanto cabe
Do todo sem sentido e não se sabe
O rumo se moldando devagar
No todo quanto possa e ali desabe.
Meu tempo este castelo que desabe
Já não comporta mais o imaginar
Seguindo o meu caminho devagar
Mantendo esta esperança em teu olhar
Tramando o que deveras não se sabe
Trazendo o quanto quer e nunca cabe,
O sonho dentro da alma sempre cabe
E mesmo que esta estrada assim desabe
Resumos do cenário e já se sabe
Ousando num suave imaginar
Somente poderia ao ver e olhar
Singrar este oceano devagar.
O passo mesmo sendo devagar
Traduz o que decerto ainda cabe
Moldando a rara luz em meu olhar
Repare neste encanto que desabe
E busque o que pudesse imaginar
E o tempo noutro encanto nada sabe.
O tanto quanto pude e não mais sabe
Quem luta contra a fúria devagar
Ainda que pudesse imaginar
Ao fim de certo tempo não mais cabe
E o mundo desejado enfim desabe
Negando o que pudesse em cada olhar.
Traçasse a cada olhar o que se sabe
E o todo não desabe, devagar
Amor; somente cabe imaginar.
MARCOS LOURES
Um comentário:
ABSURDO
Que imaginação é essa que tanto atormenta?
Quantos absurdos. Quantos demônios juntos
Persegue-me com olhos de coisa morta
Já decomposta dentro deste vasto campo
Folhas secas já descoloridas
Igual o sangue das virgens violentadas
Aos brados de desespero e as queixas,
Respingando no meio e nas margens do mundo
Quero correr acompanhar o vento
Sair daqui, talvez por um momento
Sou limitada cheia do tormento
Nem ânimo tenho, para acompanhar o espírito.
Este corpo fica à espera do tempo
A natureza vem cobrar ousadia
Mas não mostra o caminho mais prático ou ligeiro
Admite covardia entre monstros da vida torta.
Prostitui-se tão fácil, contenta-se com sobras
Tão cheia de razão ditando regras
Neste mundo louco, apesar de tudo
O respeito pelo ser humano é pouco...
Um Ser às vezes racional. Outra deixo-me levar pelo vento.
Regina cnl.
21:29 25/06/2012
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