A cada novo corte
Cansado do que há tanto se fez luz
E agora desdenhosa farsa trama,
Deixando no passado qualquer chama
Vencida sensação quando me opus,
Seguindo o quanto possa e não seduz
Espero em rebeldia o velho drama
E todo o deslindar deveras clama
Matando pouco a pouco em corte e cruz,
Jazigos de esperança, fim e tédio,
Ainda quando houvesse algum remédio
Já nada mais seria senão isto,
O fátuo caminhar em noite escura,
A luta quando embalde se procura,
E a cada novo corte, enfim desisto...
Marcos Loures
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