Ausente
Ausente do que seja liberdade
Enfrento os meus grilhões a cada instante
O medo noutro tom nada garante,
Somente o quanto a mente em vão degrade,
Mesclando com terror já desagrade
O todo quando possa doravante,
E nada do meu mundo se adiante
Tramando outro temor: iniquidade.
Meus olhos num rasante em noite escura,
A farsa quando a dor enfim perdura
A cura prometida e nunca vista,
Prenunciando o fim de mais uma era,
Enquanto o dia a dia degenera
A luta sem defesas não resista...
Marcos Loures
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