Outonos...
Verdade que, outoniça, não se deixa
Levar pelo vigor da primavera,
E quando novo instante não se espera,
Apenas encontrasse a velha queixa,
E quando uma esperança se desleixa
Moldando noutro engodo e destempera
Restando quase nada de quem era
A sorte se embalando em sutil deixa,
Negar o claro outono quase inverno
E quando noutro insano mundo interno
Um terno desenhar se faz sem nexo,
E tanto quanto pude imaginar
O tempo sem descanso a nos levar
Trazendo outro temor que em dor anexo...
Marcos Loures
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