Abortos
Por onde olhasse a mesma falsidade,
Arcando com meus erros, sigo aquém,
Do quanto a cada instante me convém,
Enquanto este jamais agora invade,
E bebo sem sentido a tempestade
E nela o que deveras sei que vem,
Restando dentro da alma o velho alguém
Sabendo não haver felicidade,
E quando num patético sorriso
Procuro disfarçar e me matizo
Em tolo ou mesmo até em sonhador,
Esquálida e fadada tentativa
De uma alma que de fato a vida priva
Negando a primavera, aborto em flor.
Marcos Loures
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