DOCE AMIGA DA SAUDADE
Tristeza, doce amiga da saudade,
Vestindo uma pobre alma penitente.
Ressoa desde a minha mocidade
Deitada em minha cama, enlanguescente.
Vivê-la é mais que só fatalidade
Que toca um velho peito tão descrente.
Condiz com cada sonho em minha vida,
Refém de longo tempo em vago riso.
Caminho por vereda mais florida
Ausente do perfume; perco o siso.
Na face em dor intensa, contraída;
Distante do que penso, um paraíso...
Aberto o coração não se renova
Aguarda simplesmente a sua cova...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário